Edicões Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó

domingo, 22 de julho de 2012

DOCE SABOR DO SORVETE


Ainda assim olhou para trás para ver onde ficaram as promessas, mas viu apenas as sementes que estavam espalhadas pelo chão. O sol já estava alto e o chapéu protegia sua cabeça, mas não lhe protegia das lembranças. Continuou espalhando as sementes, tinha um dia inteiro pela frente para lembrar-se de quando se conheceram, assim meio por acaso naquela tarde de chuva, os olhos nem se encontraram, mas se olharam, conversaram, tomaram sorvete, cada um no seu lado, ficaram ali por horas, parecia que já se conheciam há tempos, depois começaram a sentir saudades, era hora de ir, saíram, cada um para seu lado, sobrou o verbo, que passou a ser conjugado no passado.

Arnoldo Pimentel

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4 comentários:

  1. Do doce sabor do sorvete
    Esperanças espalhadas pelo chão
    Porquanto o melhor não acontece
    Ficaram lembranças de uma paixão!

    Poderá ser ou não
    Acontece de quando em vez
    Com justiça e razão
    Mas que nunca seja talvez!

    Bom resto de domingo,
    um abraço
    Eduardo.

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  2. Meu querido amigo grata pela sua visita, os amigos conhecem-se por vários sinais, esses nos vão tocando a nossa alma com sutileza.
    Há outro tipo de amigos que são amigos passantes, passam de longe, em longe e tem ainda os que passam por nós que nem sabemos como os identificar, esses só passam e não deixam rasto nem história.
    Você pertence há classe dos primeiros, um grande bem-haja e que tudo na vida lhe traga conforto moral e espiritual.
    Beijinhos de luz sempre

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  3. Só sobraram as lembranças e a aproximação reprimida, sintetizada nos momentos em que o sorvete foi saboreado.
    Estive na postagem que recomendou . O Cristiano se expressa muito bem. Bja.

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  4. Há momentos que nos obrigamos
    a despedida com vontade de voltar
    atrás.
    Seria essa a saida de lembranças
    e nada mais?
    O sorvete sem sabor, o que se
    chupou para serem guardados
    como fotografias, como se
    nada foi dito, porque o sorvete
    não deixou...

    Gosto de ler-te sempre muito bom

    Abraços

    Livinha

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