A brisa solitária tocava meu rosto com delicadeza
Enquanto olhava as águas serenas
Tentando esquecer a sensação que ficou entre mesas
Que balançavam quando ofuscadas por sua beleza
Brisa que exalava o perfume das flores que margeiam
Nossas vidas nos dias de tristeza sem gangorra para balançar
Saboreando a melodia sutil que penetra em nossa alma
Misturando a desilusão com a certeza que não poderá amar
Brisa sem cisnes para deslizar
Entre a linha tênue da desesperança
Que limita seus passos
Para não abraçar
Brisa sem o esplendor das estrelas
Céu que escureceu o lago deserto
Sem lírio
Sem cisne ou amor por perto
Brisa que insiste durante a névoa
Que não adianta sonhar com o amanhã
Quando o amanhã não existe
E se esconde no fundo do lago