Edicões Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó

sábado, 24 de setembro de 2011


INTERIORES

Silencioso pelo vale
Apenas tomam o rumo
Que já foi escolhido



Dia 29 de setembro estarei me apresentando com o Gambiarra Profana na Casa de Cultura Sylvio Monteiro em Nova Iguaçu RJ

Estarei ausente até meados de outubro para os últimos acertos do meu próximo livro “NUVENS” com lançamento previsto para início de novembro, o livro será editado pelo “Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó e poderá ser adquirido através do Site “Mercado Livre”, pelo blog do “Gambiarra Profana” ou diretamente com Arnoldo Pimentel

Desde já agradeço a compreensão, o carinho e a amizade de todos, assim que possível retornarei para retribuir as visitas.

domingo, 18 de setembro de 2011

AMANHECEU

AMANHECEU

Sobraram estrelas
No céu dos meus dias
Não as usei na fantasia
Para forjar minha alegria

Sobraram garrafas na mesa
Quando o bar fechou
E o sinônimo do deserto
Lavou minha alma

Sobraram tristezas no fim
No murmúrio que calou o ouvido
Que calou o grito na escuridão
Das sobras do papel tingido

Bastou as estrelas partirem
O sol rasgar as montanhas
Para eu desfalecer no abandono
Que a noite me impôs

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

VIDROS


VIDROS

Como eu poderia sorrir
Se não sei amar
Se não sei olhar
Para onde se pode brilhar

Como eu poderia amar
Se não quebrei os vidros
Que me cercam
Nos longos dias sem noite

Como eu poderia nadar
Se os peixes
Não me ensinaram a voar

Como eu poderia viver
Se meu sorriso se escondeu
Na mesma noite que nasceu

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

LAGO SEM CISNES


A brisa solitária tocava meu rosto com delicadeza
Enquanto olhava as águas serenas
Tentando esquecer a sensação que ficou entre mesas
Que balançavam quando ofuscadas por sua beleza

Brisa que exalava o perfume das flores que margeiam
Nossas vidas nos dias de tristeza sem gangorra para balançar
Saboreando a melodia sutil que penetra em nossa alma
Misturando a desilusão com a certeza que não poderá amar

Brisa sem cisnes para deslizar
Entre a linha tênue da desesperança
Que limita seus passos
Para não abraçar

Brisa sem o esplendor das estrelas
Céu que escureceu o lago deserto
Sem lírio
Sem cisne ou amor por perto

Brisa que insiste durante a névoa
Que não adianta sonhar com o amanhã
Quando o amanhã não existe
E se esconde no fundo do lago

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

LÍRIOS DEVASTADOS


Só fui feliz no olhar
Só fui feliz através da janela
Através das grades
Que vivem para me aprisionar

Só fui feliz na solidão
No sótão
No porão
Só fui feliz na minha aflição

Só fui feliz na ventania
Que devastou meus lírios
No amanhã sem lar
Só fui feliz para me amordaçar

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

SEM PRIMAVERA


As nuvens escurecem
Meu céu
Os raios estremecem minha savana
Queimam minha cabana

Encontrei neblina
Na minha estrada
Paisagem escondida
Em cada canto da vida

Sou um rosto sem multidão
Perdido nas estações do ano
Sem primavera
Sem violão

segunda-feira, 25 de julho de 2011

NOITE E O ORVALHO


                                      NOITE E O ORVALHO

Minha noite não tem orvalho
É carente de seus olhos
Estou num atalho
Que me levará a uma ponte distante de você

Minha noite é feita de silêncio
De fumaça
Que embaça
A janela de vidro

Minha noite não tem agasalho
Só sente o frio
Que chega com a chuva

A noite é minha tormenta
Devasta minha fantasia
Entristece minha poesia