Edicões Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó

sábado, 18 de agosto de 2012

SEDE AO REDOR DOS SINOS


O vilarejo é protegido
Por uma muralha de flores
As seis da manhã os sinos badalam
As janelas e portas são abertas
As pessoas saem pra rua
O livro é aberto
E as palavras são lidas
Os ouvidos ouvem
Os corações sentem
E saciam a sede induzida
Depois voltam pra casa
Para fecharem as janelas e as portas
Sem olharem para o lado
Pelo mesmo caminho
Pelo mesmo caminho
Todos os dias...

Arnoldo Pimentel

sábado, 11 de agosto de 2012

HOMENAGEM AOS PAIS


Nesta semana em homenagem ao dia dos pais, minha postagem será na Folha Cultural Pataxó,
No link abaixo, siga e comente o Blog da Folha Cultural Pataxó, sempre ótimas postagens, visando a Educação, a Cultura, a Poesia. A sua opinião é muito importante pra nós.


Desde já agradeço a visita, um feliz dia dos pais a todos os meus amigos.

domingo, 5 de agosto de 2012

ENTARDECER


Os ventos já não balançam as flores
Já não sinto o toque das pontas do mar
Estou sentindo meu entardecer ancorar
Nas bordas do porto exausto de tanto esperar

Meu mergulho lívido já não é profundo como quando buscava tesouros
E as sombras do fundo do mar norteiam a superfície com pouco sol
Que está escondido entre as nuvens partidas que se assemelham
Com o fim da lua desnuda pelos olhares de marte

O horizonte já perdeu o tom avermelhado que o diferencia da manhã
Onde os ventos eram fortes e os moinhos viviam a plenitude
Nas planícies repletas de amores furtivos e vazios que transbordavam o coração
Nos celeiros escuros e cobertos pelos olhares inocentes que vinham de longe

Os ventos já não movem meus olhos na esperança de vislumbrar
A fada que iluminava meus dias com sua sedução tímida
E mãos de seda que passeavam pelo corpo sem descaminhos
Descobrindo o amor na sensualidade exprimida entre beijos atrás da estrela cadente

O anoitecer é a desilusão do dia
Tudo que era claro fez-se escuridão
Parece que a vida vai deixando de existir aos poucos
Enquanto o sol se esconde entre nossos sonhos

Já não sinto os ventos no meu rosto entristecido pela palidez
Minha sedução virou lembrança entre as paredes do meu oceano
Meu dia está enfraquecendo enquanto o entardecer toma forma
A noite vai cobrir meu corpo e dormirei o sono sereno da quietude sem fim

Arnoldo Pimentel